sábado, 12 de maio de 2012

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Variações de uma mesma arte
UECHI-RYU 
Oriundo de Okinawa, o estilo foi fundado pelo mestre Uechi Kanbun (1877 – 1948). Em seu repertório técnico, o estilo é formado basicamente por 3 Katas essenciais: Sanchin, Seishan e Sanseiryu. O estilo é possui técnicas de Wu Shu; provem de três animais: o misterioso dragão, a garça e o tigre. Assim como muitos dos outros estilos, o Uechi Ryu sofreu mudanças após a II Guerra Mundial, e entre essas mudanças encontramos a adição do kumite e de mais 5 katas à metodologia de treinamento.

SHITO-RYU 
Provindo de Okinawa e criado pelo mestre Kenwa Mabuni (nascido em Shuri em 14 de novembro de 1889 e falecido em 23 de Maio de 1952), esses estilo resultou-se da fusão do estilo rígido e linear de Shuri-Te (A. Itosu) com o suave e circular estilo de Naha-Te (K. Higaonna), além da sistematização feita pelo mestre Mabuni de um treinamento mais “científico” e racional. O estilo distingue-se dos demais por possuir técnicas de solo (Ne-Waza) e do Kobudo (antiga arte marcial okinawense). Assim é então o mais extenso estilo de karatê-do.

KENYU-RYU
É um estilo de karatê representado por um jovem dragão, onde a juventude significa a necessidade de crescer e amadurecer (física e espiritualmente). O estilo foi criado em 1939 pelo mestre Takamassa Tomoyori. O nome do estilo é constituído do nome do mestre de Takamassa, Kenwa, mais o próprio nome de seu idealizador, ou seja, KEN (Kenyu) + YU (pronuncia de Tomo, de Tomoyori, em japonês). O estilo recebeu várias influências, consequentemente possui uma forte característica de movimentos circulares e de esquiva, o que o faz um bastante técnico e complexo estilo.

GOJU-RYU
Estilo pouco estétivo e elegante, porém muito eficaz em lutas onde o adversário encontra-se muito próximo. Um dos grandes mestres desse estilo é o mestre Gogen Yamagushi, conhecido como “gato” pela sua forma excepcional apesar da avançada idade. Yamagushi dirigia a Associação Goju-Kai (um subestilo do Goju-Ryu) e falesceu em 1989.G. Yamagushi foi um importantíssimo personagem do Zen-Karate e patriarca do Goju-Ryu. Atestava o karate de forma sobrenatural. Diziam que o mestre Yamagushi possuia um olhar tão penetrante quanto o de um tigre; e um poder semelhante ao de um leão. O Goju-Ryu é a tendência do estilo do velho grande mestre Hiagaonna e foi fundado no Japão por Chojun Miyagi.

KYOKUSHINKAI
Estilo desenvolvido pelo famoso mestre Masutatsu Oyama. O estilo Kyokushinkai opõem-se ao Shotokai e ao Shotokan, e tem de espetacular o que os dois estilos têm de sobriedade.O mestre Oyama possui uma história repleta de fantásticas proezas em testes de quebra, os Swiwari. See estilo em tese é conhecido pela perigosidade até mesmo em competições. A fama lendária do mestre Oyama se iniciou após, em 1953 no Japão, o mesmo ter cruelmente matado um touro de mais de 600 Kg, abatendo o animal com um único golpe.

WADO-RYU
Criado após a guerra pelo japonês Hironari Otsuka, um ex-discípulo de Funakoshi, o estilo é caracterizado pela utilização de tai-sabaki (técnicas de esquiva ou movimentos de esquiva circulares e nagashi), projeções (características do Judo, Jiu-Jitsu e Aikido) e movimentação e troca de guarda (ten-i, ten-tai e ten-gui). Os contrataques são rápidos visando utilizar a força do adversário utilizada no ataque para o uso contra o próprio adversário. Essas características são pelo fato do mestre Otsuka ter praticado Jiu-Jitsu e Kendo.

SHOTOKAN-RYU
Um dos mais populares estilos de karate-do praticados no mundo, o Shotokan-ryu foi fundado pelo mais conhecido dos mestre de karate, que por sua vez é considerado o pai do karate moderno: Gichin Funakoshi. O estilo Shotokan-ryu recebeu tal nome pelo fato de o primeiro dojo do mestre Funakoshi ter sido batizado em homenagem ao próprio mestre que assinava suas escrituras com o pseudônimo Shoto. O nome do dojo o Shoto-Kan (“Escola de Funakoshi”) e foi destruído por consequencia da guerra. No estilo é considerado fatores como o estado de espírito e a concentração, pois não vale de nada a técnica se não se controla a mente. Com o treino tais atribuições expandem-se. O estilo é constituído por 26 Katas e um vasto repertório de técnicas de defesa e ataque à todas as partes do corpo humano (inclusive aos pontos vitais).

SHORIN-RYU
Um dos mais antigos e tradicionais estilos de karatê, o Shorin-Ryu, foi o estilo antecessor de muitos outros estilos que encontramos atualmente, como por exemplo o Shotokan-ryu. Shorin-ryu significa “Estilo do Pequeno Bosque” (Shorin significa Shaolin em japonês, que por sua vez quer dizer Pequeno Bosque; e Ryu significa estilo). No Brasil o estilo divide-se atualmente em duas principais escolas: Shinshukan e Shidokan.
O estilo é descendente do estilo Shuri-Te. Em seus katas preserva-se a velocidade e a força em cada movimento, além da respiração de quem o executa, que é quase natural e imperseptível aos ouvidos de quem assiste.

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Os ataques de braço e perna, as defesas e bases do KARATE, podem ser aprendidos rapidamente. Porém, para o aperfeiçoamento dessas técnicas, é necessário treiná-las arduamente por longo tempo, chegando, algumas delas, ser impossível atingir um nível ótimo de performance. Para tanto, o treinamento constante no sentido de auto superação e o conhecimento biomecânico e fisiológico do corpo humano, são fundamentais.
A investigação cientifica serviu para comprovar e aumentar a eficiência e eficácia dos golpes ensinados ao longo dos anos pelos antigos mestres.
Ao considerar a técnica como sendo o procedimento mais racional e econômico para alcançar o objetivo e levar a efeito as técnicas do Karate, faz-se necessário observar alguns aspectos que consideramos fundamentais, que são: Forma, Kime, Quadril e Respiração, que para efeitos didáticos, apresentamos separadamente.
1. FORMA
Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base de sustentação ate o ponto de contato com o adversário.Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas re-duz-se a imobilidade. Portanto1 é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade.
2. POTÊNCIA ou “KIME”
Para dominar o adversário, o karateca utiliza-se da energia produzida por sua musculatura. Segundo Nakayama (1987, p.16), a força eficaz no Karate é a força veloz (potência) “… aquela que se acumula com a velocidade”(…) “a força que a velocidade consegue concentrar no momento do impacto”.
Uma coordenação ótima entre a musculatura agonista (a que realiza o movimento) e a antagonista é importante para que haja velocidade na execução da técnica. Além disso, o aproveitamento máximo da trajetória e a concentração da força (contração de todo o corpo) no momento do impacto, são fundamentais para levar a efeito as técnicas do Karate.
Um ponto a destacar é que o excesso de contração durante a execução do golpe, diminui a sua velocida-de, diminuindo a potência final. Para reagir mais rapidamente, o karateca deve estar com a musculatura relaxada e em alerta.A contração máxima de todo corpo deve ser apenas na finalização do golpe, durante uma fração de segundo. Ela é a responsável pelo aumento da estabi-lidade das articulações para resistir ao impacto e contra-impacto.
3. USO DA CINTURA PÉLVICA OU “QUADRIL”
Elo de ligação dos membros inferiores ao restante do corpo, o quadril tem participação significativa nas técnicas de ataque e de defesa.
A cintura pélvica produz, em movimento de rotação, grande força centrífuga. Unindo a essa, a velocidade de membros superior ou inferior, multiplica-se a potência do golpe. “…no Karate-do. Os ataques tanto de braço como de perna, se realizam com o quadril e igualmente as defesas” (Nakayama,1987, p.18).
O encaixe do quadril ou retroversão da pelve, é responsável pela manutenção do tronco ereto, em posição de equilíbrio, evitando gasto desnecessário de energia.

Nos referimos aqui ao processo de entrada e saída do ar dos pulmões para troca de gases, atendo-nos à importância das fases de inspiração e expiração, na aplicação dos golpes de KARATE.
A execução do golpe é precedida pela inspiração normal. No instante do impacto realiza-se uma expiração forçada buscando a energização do tanden. A expiração forçada ocorre pela forte contração dos músculos do abdômen e tórax (interceptais internos) e coincide com o momento em que todo corpo deve estar cooperando para potencializar ao máximo o kime, aumentando a estabilidade das articulações e equilíbrio corporal na aplicação do golpe.

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O TAI SABAKI é um conjunto de técnicas de movimentação corporal, ou um método de se posicionar diante de uma situação de enfrentamento. Sua finalidade é evitar o enfrentamento direto, evitando, pois, um ataque e, na sequência, deixar a pessoa numa posição vantajosa para o contra-ataque.
O termo em japonês TAI, dentre outros significados, quer dizer corpo. O termo SABAKI, manipulação. TAI SABAKI seria, pois, a manipulação do corpo como um todo, sem se descuidar da realidade que cerca a cena de combate. Pretende-se assim que a um só tempo sejam executados defesa e ataque(também pode significar esquiva ou deslocamento em círculo).
Nesse tipo de deslocamento são usados fundamentalmente quatro movimentos circulares em resposta ao impulso de um atacante, de modo que quem defende, saindo para uma das laterais, possa ficar numa situação de vantagem em relação ao atacante. A despeito de se falar em deslocamento, TAI SABAKI implica deixar o lutador em tal postura que a área de seu corpo que pode ser atingida pelo adversário seja reduzida ao máximo, ou, eventualmente, criar uma área em que possa dissimular seus ataques (shikaku).
Visa-se o afastamento do ataque e não do adversário, pois se alguém quer encerrar um embate físico, não conseguirá esse intento distanciando-se ou fugindo, mas, por outro lado, aproximando-se do outro para aplicar uma técnica decisiva. Ao executar a técnica, deve-se mudar o corpo sem perder o equilíbrio nem a estabilidade, não levantando ou baixando a cabeça (altura do corpo). Da mesma forma, os giros e demais movimentos devem ser realizados em torno de um eixo ideal, que perpassa pelo corpo de cima a baixo, e tendo sempre o fim de retornar a uma postura mais estável, preferencialmente igual a que se executava antes do início do deslocamento.
Pontos importantes para o TAI SABAKI:
Reflexos e percepção:
- Desenvolver os seus reflexos é a parte mais difícil, exije tempo e deve ser praticado no kihon ippon kumite, e nesse treinamento de yakusoku kumite que você desenvolve seu “timing”, reação e velocidade.você deve aprender a usar suas defesas no último momento. Quando o soco ou chute do seu parceiro de treino estiver prestes a lhe acertar é que deve ser feita a defesa. Dessa forma, se desenvolve a velocidade, reação e percepção dos golpes. Em uma luta tipo Jiu Kumite, não se sabe qual golpe ou estratégia que seu adversário ou parceiro de treino pode usar, e tentar “adivinhar” é muito arriscado, pois você pode usar uma defesa Gedan barai , acreditando que se trata de um maegeri e ser surpreendido por um mawashigeri. Treinando desta forma será possivel perceber qual o golpe que seu adversário ira usar no kumite, mesmo que ele mude de estratégia.
- O Kihon é tão importante quanto a percepção, pois ele vai lhe dar condições de reagir rápido e efetivamente. É comum que no começo você desequilibre na finalização , esses “tombos “podem ser corrigidos através das diversas formas de kihon. Os desequilíbrios se devem a postura e movimentaçãoincorretas, contração errada da musculatura dos membros inferiores ou até mesmo a falta dela, e o uso incorreto do hara tanden juntamente com a respiração adequada.
 
O uso do giro correto dos quadris é extremamente necessário, por isso sempre pratique o giro, seja no kihon , kata, ou yakusoku kumite (kihon ippon kumite, kihon sambo kumite, kihon gohon kumite , Jiu Ippon).

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Eis um conceito “aberto” à interpretações diversas, mas – na realidade – passa a ter uma interpretação única e bastante simples se for corretamente entendido.
Como sempre, vamos ver o que significa esta palavra e depois fazer uns breves comentários para dar início a uma discussão de ideias.
A expressão “Sundome” significa literalmente “Parar à medida”… algo como “Parar numa distância segura” ou “Parar precisamente antes do impacto”. Onde
 SUN - “Medida”.
 DOME - “Parar” – Vem do verbo TOMERU .
E o que isto significa na realidade?
Estamos bastante acostumados a ver (ou a não ver) a aplicação de tal conceito em competições onde o maior ou menor grau de precisão do competidor é o exemplo vivo do tempo de prática do Sundome e, imediatamente, isso traz à memória uma frase de Funakoshi Gichin Sensei:
HITOTSU – WAZAWAI WA GETAI NI SHOZU.
Importante, os infortúnios nascem com a negligência.
Isso é um fato inquestionável! Mas alguém vai dizer: “Mas numa situação de combate real…”
É verdade, numa situação real não nos importa “raspar a superfície”, queremos mesmo é “Atravessar a fortaleza”… Mas, mesmo em combate real, temos de ser capazes de ter precisão suficiente para executar a técnica corretamente e não “atacar às cegas”. Afinal, é para isso que se treina constantemente os Kata e Kumite.
Métodos de treino variam de instrutor para instrutor, por isso não vou abordar “métodos”.
O que eu quero deixar claro é que SUNDOME implica precisão e precisão implica muito treino. Falhas na aplicação deste conceito são “negligência pura”.
O que o instrutor deve ter em mente é que a negligência não é uma boa imagem para a sua escola. Por outro lado, a precisão, a capacidade de aplicar efetivamente o SUNDOME através do treino constante é a marca de bons instrutores, alunos e escolas.
Finalizando, no meu entendimento, SUNDOME simplificadamente significa golpear com todo Kime e parar o golpe onde você quiser.
OSS!

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KATA

No estilo Shotokan o aprendizado começa com 5 kata básicos, os HEIAN, que têm como objetivo fazer com que o praticante adquira habilidade sobre as principais técnicas básicas.

Nota do autor: Alguns Dojo treinam a série Taikyoku antes de apresentarem aos iniciantes a série HEIAN.

Deve-se treinar HEIAN até que essas técnicas sejam assimiladas e passem a ser executadas de forma natural. Depois vem a série TEKKI, com três kata. Os kata TEKKI se caracterizam pela base KIBA-DACHI (base do cavaleiro), e todos os deslocamentos são para as laterais, ou seja, somente para a direita e para a esquerda. Como os golpes nesses kata não contam com grandes deslocamentos (os golpes são curtos), os TEKKI têm como objetivo o desenvolvimento do KIME, através do treinamento, principalmente, da contração da região sub-abdominal (TANDEN). Essas duas séries juntas, HEIAN e TEKKI, formam os kata básicos do Shotokan, e devem ser dominados por quem pretende obter a graduação SHODAN (faixa-preta 1o. grau). Os outros 18 kata são considerados avançados e, entre eles, existem vários "tipos" de kata.

Cada kata possui um objetivo, e dá ênfase a um determinado tipo de treinamento. Existem kata, por exemplo, que têm como objetivo o desenvolvimento de agilidade (como o ENPI), desenvolvimento de contração/expansão muscular (como o HANGETSU), desenvolvimento de uma base firme (como o SOCHIN), etc...

A tarefa de um praticante dessa arte é estudar os movimentos dos kata e treinar aquele que for mais necessário, para desenvolver o que estiver mais precário em sua técnica.
Para isso é preciso já ter algum conhecimento e domínio técnico, e por isso só são recomendados para praticantes graduados. Os kata não são apenas uma "luta simulada", sem nenhum sentido. Os kata possuem objetivos e aplicações, e reúnem todo o conhecimento e a beleza do Karate-do.

Nota: Na tabela a seguir:
A) Ao clicar no nome dos Kata você visualizará uma ilustração da sequência de movimentos do Kata;
B) Ao clicar em um link da coluna VIDEO você pode assistir o Kata ou copiá-lo clicando com o botão direito do mouse / Salvar destino como...

PRONÚNCIA
Vídeo
01 - HEIAN SHODAN
clique aqui.
02 - HEIAN NIDAN
clique aqui.
03 - HEIAN SANDAN
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04 - HEIAN YONDAN
clique aqui.
05 - HEIAN GODAN
clique aqui.
06 - TEKKI SHODAN
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07 - TEKKI NIDAN
clique aqui.
08 - TEKKI SANDAN
clique aqui.
09 - BASSAI DAI
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10 - JION
clique aqui.
11 - EMPI
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12 - JITTE
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13 - HANGETSU
clique aqui.
14 - KANKU DAI
clique aqui.
15 - GANKAKU
clique aqui.
16 - NIJUSHIHO
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17 - JIIN
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18 - BASSAI SHO
clique aqui.
19 - KANKU SHO
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20 - CHINTE
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21 - WANKAN
clique aqui.
22 - SOCHIN
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23 - MEIKYO
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24 - GOJUSHIHO SHO
clique aqui.
25 - GOJUSHIHO DAI
clique aqui.
26 - UNSU
clique aqui.

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Existe uma tendência para definir o Karate como “caminho das mãos vazias” numa perspectiva etimológica. Atendendo ao conteúdo da atividade, a definição far-se-á pela eficácia (resultado) da técnica aplicada num determinado contexto tático.
Tendência também para definir o Kata como a “essência” do Karate.
Mas deveremos questionar se não serão demasiado superficiais estas questões.
Em primeiro lugar, porque encarando o Karate como um conjunto de técnicas que, se dirigidas a pontos vitais, poderão ser letais, a segurança e a integridade do parceiro de treino ou do adversário são fundamentais. Por isso mesmo a ênfase dada ao “controle” no treino e na competição.
Quanto à essência do Karate, parece-me que não será de colocar a tônica na Kata mas sim no seu Bunkai. As inúmeras “técnicas escondidas” na Kata só se revelam no seu Bunkai, e este é de tal modo relevante que a própria competição por equipes acabou por o adotar. ( Vale Ressaltar que existem diferenças nos bunkai do Karate Marcial e do Karate Esportivo.)
Cada Kata possui seu Bunkai Oyo, conhecido da maior parte dos treinadores e dos praticantes que, de fato, introduzem esta dimensão do seu próprio ensino e treino, como forma de melhor compreenderem o Kata, fazendo assim a sua análise e o seu estudo, pois esta não é uma mera coreografia – como pode parecer aos olhos do leigo – mas sim a representação de um combate real contra um ou mais adversários imaginários situados nos planos anterior, posterior e laterais mas que  podem se deslocar hipoteticamente para planos diagonais.
Mas a partir do inicial Bunkai Oyo desenvolve-se um processo de revelação da aplicação prática da “técnica escondida” e um outro de criação quando existe pesquisa e investigação que nos levam a outras formas de Bunkai do mesmo Kata mais evoluídas, mais elaboradas e mais “eficazes” com o devido “respeito”, pois a Bunkai é uma prática biunívoca.
Conclui-se então que o treino de Kata sem treino de Bunkai é incompleto, o que acaba por diminuir a “eficácia” do Karaté reduzindo a sua “essência”.

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Vamos falar de um assunto polêmico …
Segundo a crença popular, Bunkai significa aplicação de determinado movimento de uma Kata.
Já sei amigos… Kata é uma sequência de movimentos em que simulamos um combate com dois ou mais adversários.
No entanto estou falando  segundo o conceito tradicional. Bun pode significar  partir ou separar, e Kai pode significar compreender.
Analizando estas palavras poderemos deduzir que Bunkai poderá ter o significado de separar para compreender.
Segundo o que nos é transmitido existem:
* Aplicações Básicas (Kihon Bunkai);
* Aplicações Tradicionais (Dento Bunkai);
* Aplicações Livres (Oyo Bunkai)ou (ura bunkai);
* Aplicações Secretas (Hiden Bunkai);
* Aplicações Oficiais (??? Bunkai);
Vamos recomeçar:
Kihon Bunkai, como a tradução indica, são as aplicações que de uma forma muito básica nos são transmitidas, eu aceito que este tipo de aplicação é criada para ocultar um sentido mais profundo do Bunkai.
Crê-se que este termo tenha sido criado no início do Séc. XX,período  em que se começa a ensinar o Karate no sistema escolar de Okinawa.
Durante muito tempo o Karate era ensinado de uma forma secreta. Muitos Mestres tinham apenas um aluno (que poderia ser seu familiar) e desta forma toda a arte era ensinada na sua base, sem espinhas.
A partir do momento em que se começa a massificar o ensino, começa a surgir o problema de como gerir a “partilha” de informação?
Então, de uma forma inteligente, aquele movimento que serve para defender o rosto, passa a chamar-se “Age-uke” que serve para defender um soco à altura do rosto. Desta forma fragmenta-se todas as técnicas numa visão básica.
Quando damos um nome a um movimento estamos a limitar o próprio movimento, um Age-Uke serve apenas para defender um soco no rosto, certo?
Creio que não!
Por isso, quando fazemos Kihon Bunkai, devemos pensar no que eles são, movimentos básicos que foram criados para compreendermos de uma forma racional a biomecânica do Kata…